Cães podem comer uva? Gatos podem comer uva?E se tirar as sementes? Cães grandes não se intoxicam? Uva passa também não pode? O que fazer em caso de intoxicação? Venha saber tudo sobre os perigos da uva para cães e gatos.
Por Bettina Michalak – Médica Veterinária CRMV SC 5069
A relação entre uva e animais de estimação, especialmente cães e gatos, é envolta em mistério e preocupações de saúde. Enquanto para nós a uva pode ser um lanche saudável, para nossos amigos de quatro patas, essa fruta traz riscos potenciais. Vamos explorar por que a uva é considerada tóxica para cães e gatos, o que a ciência sabe e o que ainda está envolto em dúvida.
Então… Cachorro pode comer uva? Gato pode comer uva?
Cães e gatos não podem comer uvas. As uvas são tóxicas para os cães. Se você quer dar ao seu pet os nutrientes e antioxidantes que ele perde porque não pode comer uvas, experimente oferecer amoras, mirtilos, morangos… Estão cheios de antioxidantes e vitaminas para manter o seu pet feliz e saudável!
Mas porque a uva é tóxica para pets?
A toxidade da uva para cães e gatos é uma preocupação bem estabelecida entre os tutores e profissionais de saúde animal. No entanto, o que ainda permanece desconhecido é qual exatamente o composto ou compostos presentes na uva que levam a essa toxicidade. As reações variam de animal para animal, e os sintomas podem incluir vômitos, diarreia, falta de apetite e até falência renal. A ausência de uma compreensão clara sobre os agentes tóxicos torna o consumo da uva uma questão delicada para os pets.
Enquanto a causa exata da toxicidade da uva ainda não foi identificada, várias hipóteses têm sido exploradas, como micotoxinas, agrotóxicos ou substâncias presentes na fruta, como o ácido oxálico.
Como muitas informações ainda continuam desconhecidas, qualquer exposição deve ser motivo de atenção.
Sintomas e tratamento
Os sintomas de intoxicação por uva em cães e gatos podem se manifestar de maneiras variadas. Os sinais iniciais frequentemente incluem vômitos e diarreia, acompanhados de fraqueza e desânimo. Em alguns casos mais graves, podem ocorrer sintomas como aumento da sede, diminuição da produção de urina, dor abdominal e perda de apetite. É importante ressaltar que a gravidade dos sintomas pode variar dependendo do tamanho do animal, da quantidade de uva ingerida e de outros fatores individuais.
O tratamento consiste em bloquear a absorção da toxina e assim prevenir ou minimizar os danos renais.
Controvérsias
Surpreendentemente, o extrato de semente de uva é um ingrediente permitido que pode ser encontrado em alguns alimentos comerciais para cães e gatos. Tanto a farinha de sementes quanto o óleo de semente de uva são fontes de antioxidantes benéficos.
Mas afinal, se a uva é conhecidamente tóxica e perigosa para animais de estimação, qual é a segurança do extrato de semente de uva?
Segundo o departamento de toxicologia para pets da ASPCA – American Society for the Prevention of Cruelty to Animals (uma organização não-governamental dos Estados Unidos que combate a crueldade contra animais) “não temos dados que indiquem os riscos da exposição ao extrato ou óleo de semente de uva. A maioria dos suplementos nutricionais e outros produtos que contêm óleo ou extrato de semente de uva contêm quantidades relativamente pequenas e ainda não observamos nenhum problema sério.”
Um estudo realizado em 2016 de fato comprovou a segurança desse ingrediente para cães.
Tomando decisões informadas!
Em um cenário onde a relação entre uva, animais de estimação e extrato da sua semente ainda é repleta de incertezas, a cautela é fundamental. Como tutor responsável, é importante estar ciente dos riscos e das incertezas em torno do assunto. Enquanto a ciência continua a investigar essa complexa relação, a prioridade máxima é a saúde e a segurança de nossos queridos companheiros.
REFERÊNCIAS:
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4973095/
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