Os petiscos são os queridinhos dos pets, nós já sabemos não é? Mas devemos ter cuidado com os petiscos industrializados, pois podem causar sérios danos a saúde.
Por Bettina Michalak – Médica Veterinária CRMV SC 5069
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento classifica os petiscos como alimentos específicos e rações como alimentos completos quando se trata da alimentação de animais de estimação. Vamos explorar esses termos:
- Petiscos: Os petiscos geralmente são considerados como complementos ou lanches para animais de estimação. Eles são alimentos adicionais oferecidos além da alimentação regular do animal. Os petiscos podem ser fornecidos como recompensas durante o treinamento, como um agrado ocasional ou para proporcionar alguma diversão e entretenimento ao animal. No entanto, eles não são projetados para fornecer todos os nutrientes essenciais necessários para uma dieta equilibrada. Portanto, eles são considerados alimentos específicos.
- Ração ou Alimentação Natural: São formulados para fornecer todos os nutrientes necessários para uma dieta equilibrada de um animal de estimação. Por isso são projetadas para atender às necessidades nutricionais específicas do animal, seja um cão, gato, pássaro, etc. São formuladas para fornecer uma combinação adequada de proteínas, carboidratos, gorduras, vitaminas e minerais essenciais para o animal de estimação.
O mercado de pet food vem crescendo a cada ano, e com ele as opções de petiscos e quitutes para agradar os pets, desde os conhecidos biscoitos, bifinhos, ossinhos de couro e até criações mais elaboradas como molhos, cervejas e “toppers” para ração.
Controlar e mensurar a quantidade de aditivos químicos em um alimento comercial já não é fácil, imagina então quantos ingredientes nada bem vindos estão presentes nos petiscos.
E aqui eu listo os maiores riscos a saúde dos principais petiscos industrializados que todo mundo conhece.
OSSOS DE COURO – PETISCOS INDUSTRIALIZADOS
Você já se perguntou como os palitinhos e ossos de couro são produzidos? Ou já reparou as informações presentes em suas embalagens?
O fato é que esse petisco baratinho não é nada legal para a saúde do seu amigo.
Para “tratar” o couro e produzir petiscos, muitos processos industriais são aplicados para evitar que a matéria prima apodreça nas prateleiras das lojas.
Uma quantidade absurda de agentes branqueadores, corantes, colas, e o produto submetido a altas temperaturas garantem a estabilidade do produto que pode durar até 2 anos ou mais.
Esse tipo de produto não é nem considerado como alimento perante a legislação vigente, mas sim um PRODUTO MASTIGÁVEL.
Pode até mesmo entreter seu amigo por alguns minutos, mas conforme vai sendo consumido ele vira uma verdadeira meleca que não é digerida e pode causar obstruções e desconfortos gastrointestinais, podendo ser necessário até mesmo intervenções cirúrgicas em muitos casos.
BISCOITOS INDUSTRIALIZADOS
Esses biscoitos são feitos com subprodutos da indústria humana, e utilizam como base farinhas brancas refinadas que não são nutritivas, e favorecem o ganho de peso do animal.
Os cães costumam receber um excesso de carboidratos já provenientes de uma dieta inadequada ou das rações. Oferecer ainda mais carboidratos de baixa qualidade, e sem controle de quantidades, irá causar picos glicêmicos no animal e favorecer até mesmo o aparecimento de doenças como o diabetes e o aumento de triglicerídeos.
Os biscoitos são mesmo queridinhos dos cães e gatos, e quando feitos de forma artesanal, com ingredientes de qualidade, você estará enriquecendo a dieta do animal com nutrientes e fibras que estão presentes nas diversas opções de farinhas integrais que pode ser utilizada.
É claro que não é viável para grandes indústrias utilizar farinhas tão ricas assim!
BIFINHOS
Muito conhecidos e adorados pela maioria dos pets, esses produtos são uma verdadeira bomba de aditivos químicos.
Além dos conhecidos conservantes artificiais, que podem causar o aparecimento de câncer, muitos ainda contêm realçadores de sabor (o glutamato monossódico), que causa agitação, estresse e prejudica o funcionamento do organismo como um todo.
Substancias assim ainda causam vício, o que explica a enorme preferencia desses petiscos frente a opções mais saudáveis como frutas, por exemplo.
Para cães seletivos que só gostam desse tipo de petisco, a melhor dica é tentar substituir por alguma opção bem proteica, como ovos de codorna cozidos, iogurte natural ou até mesmo pedacinhos de carne ou queijos brancos.
Certamente seu pet vai gostar mais, e vai se beneficiar imensamente com a troca.
MOLHOS E COBERTURAS
Que atire a primeira pedra quem nunca sofreu com a falta de apetite dos cães e são reféns de colocar algum agradinho em cima da ração para que eles se alimentem direito.
Fica difícil cair na tentação de ter na manga um produto tão prático e saboroso, não é mesmo?
Mas o problema é que, assim como os bifinhos, esse tipo de produto precisa de muito conservante para se manter estabilizado e com um bom prazo de prateleira.
Tanto é que você pode até mesmo deixar o molho aberto fora da geladeira por um bom tempo sem maiores prejuízos ao produto.
São produtos feitos com gorduras baratas – e de péssima qualidade – que pode causar diarréia em animais mais sensíveis.
Como você pode observar, não existe benefício algum na oferta de petiscos industrializados, diferente de oferecer um petisco natural, onde você estará enriquecendo a dieta principal, e com boas escolhas e moderação, não precisa deixar de lado esse hábito gostoso de conexão entre você e seu pet.
Basta algumas mudanças, para transformar o vilão em mocinho.
Na Comunidade Chef di Animale ensinamos nossos alunos a produzirem diversos petiscos naturais e funcionais.
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